Numa altura em que Moçambique regista um crescimento gradual e considerável em termos de infra-estruturas sócio-economicas e não só, mas também em outras áreas nomeadamente: educação por exemplo; como fruto de, entre outros factores o descobrimento de recursos minerais. Paralelamente a este crescimento, tem aumentado as oportunidades de emprego no País, visto que as estatísticas de jovens desempregados são preocupantes, considerando que esta camada social é a maioria retumbante da população Moçambicana.
Porém,
outros jovens vêm esta situação como oportunidade para criar o auto-emprego,
apostando no empreendedorismo com pequenos investimentos que não exigem custos
avultados. Para citar um exemplo: uma velha amiga minha, percebeu que
com as construções de edifícios “aranha céus” que as empreitadas têm
levado acabo na Cidade de Maputo, poderia gerar um auto-emprego, conquistando
os operários (pedreiros, pintores, canalizadores entre outros) das empresas de
construção civil, através de fornecimento de refeições mais conhecidas por
“Fast food ou Take a way”, onde esses operários seriam a sua clientela. Ela
apresentou-me o anteprojecto e pediu algum valor monetário para a
implementação; assim foi... volvidos 3 anos, a minha amiga sente-se realizada
porque segundo ela, tem o básico que um Moçambicano comum tem ou deveria ter,
nomeadamente: casa própria, casada oficialmente, um carro importado – o famoso
lixo do Japão, e estudante universitária.
Mas
uma parte considerável de jovens não têm estas ideias, preferem ser empregados
(trabalhadores) das multinacionais emergentes no País. Daí
surge o bicho-de-sete-cabeças, se bem que existe: habilitações
técnicas! Em resposta disso, vemos muitas escolas técnicas e privadas
com novos cursos e com um plano académico ambicioso. Segundo os ditames
populares afirmam que essas escolas não são para qualquer um, são para filhos
de alguém! Aí parei e pensei… Eu também sou filho de alguém: o Sr.
Norte; afinal não sabia que aquela expressão era o ”a.k.a ” de: filhos
de alguém que tem o poder financeiro.
Não
é raro ver filho de alguém, basta subir o “my love” ou qualquer outro meio de
transporte, até o centro da Cidade de Maputo, aliás, as vezes nem é preciso
ver, basta ouvir o estrondo de tubos de escapes de carros top de gama.
O
filho de alguém é atendido em primeiro, não fica na fila (bicha), o
filho de alguém não concorre vagas de emprego, não sabe os preços de pão,
energia, de arroz, etc…
Eu
não sou filho de alguém… sou filho do camponês (orgulhosamente) que outrora
lutara para Moçambique independente.
Sem comentários:
Enviar um comentário